A CIDADE DE ARIZEN

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Mariano B. Marques

No grande vale cercado pelas montanhas gêmeas Ávila e Évila, ergueu-se  a pequena cidade de Arizen com apenas algumas centenas de habitantes liderados pelo patriarca Ádamus.

A vida era calma e quase todos os problemas eram resolvidos.

Morreu Ádamus, e a cidade ficou sem líder.  Não tendo a quem seguir, as pessoas passaram a  sentir-se inseguras e desorientadas, e muitos problemas  começaram a agitar a cidade.

Pelas leis locais, assumiria a liderança da cidade a pessoa a quem Ádamus escolhesse antes de morrer. Mas sua morte inesperada o impediu de fazer isso.

No decorrer do tempo, a antes pacata Arizen se tornou caótica e violenta.

Certo dia, alguém sugeriu um ajuntamento público na praça principal para discutir sobre a necessidade de uma nova liderança. Todas as pessoas compareceram, da mais nova à mais velha, no clarear do dia.

Muitas horas se passaram numa discussão aberta onde todos tinham liberdade de falar e expor suas opiniões. Mas não chegavam a um consenso sobre qual solução seria a melhor.

Finalmente,  quase ao pôr do sol,  aprovaram a ideia de  um conselho de líderes formado por pessoas maduras  e experientes para liderar a cidade.  E aproveitaram a noite para festejar a grande decisão.

No dia seguinte, se reuniram novamente para escolher os membros do conselho, o qual teria a responsabilidade de devolver a paz  e a segurança da cidade.

A escolha foi igualmente difícil, e os candidatos não eram muitos. Terminaram decidindo escolher primeiramente duas antigas conselheiras de Ádamus. Uma se chamava Humildade e a outra Sabedoria, as quais eram amigas inseparáveis.

As próximas pessoas escolhidas foram Saber, sua mulher Experiência, e Orgulho, filho deles. E com a aclamação de todos, elegeram Saber, filho de Ádamus,  presidente do conselho.

Assim, o conselho de líderes de Arizen foi empossado no mesmo dia. E fizerem uma outra grande festa de celebração.

No discurso de posse, Saber, o presidente, declarou:

– Irmãos e irmãs de Arizen! Honrado por sua confiança, trabalharei como se servo fosse de todos vocês para que a paz e a segurança retornem aos lares de todos nós!…

E houve longo e estrondoso aplauso.

Um aditivo na lei de Arizen determinava que o conselho trabalharia de forma cooperativa, mas as decisões seriam tomadas pelo presidente, ouvidos os conselheiros que ele quisesse consultar.

Um ano depois de intenso trabalho,   a calma voltou a reinar na cidade. Nos primeiros  anos,  Saber, ainda inexperiente, consultava todos os dias Humildade e Sabedoria  sobre como lidar com o povo e resolver os problemas da cidade.

Passaram-se dez anos. Os habitantes de Arizen se multiplicaram. Agora era uma cidade com vários milhares de pessoas. Mas tudo corria muito bem.

Certo dia, estando no terraço de sua casa contemplando a cidade e o sucesso notável do seu trabalho, Saber percebeu que era um grande líder. Foi quando lhe ocorreu a ideia de que suas fiéis conselheiras, Humildade e Sabedoria, já estavam velhas e que já não precisava tanto delas. E decidiu abrir espaço para novos talentos. O que ele não sabia era que Orgulho já conseguira, discreta e astutamente, influenciá-lo a tomar essa decisão.

E assim fez de Experiência e Orgulho seus principais conselheiros. Mas quem mais o influenciava era o inteligente e astuto Orgulho.

O tempo passou. Sob a influência dos seus novos principais conselheiros, Saber se tornou poderoso e tirano. E proibiu Humildade e Sabedoria de lhe darem qualquer conselho sobre qualquer coisa.

Não demorou muito, o caos voltou à cidade.

E assim, os habitantes de Arizen ainda hoje gemem sob a liderança opressora de Saber. E cada dia se torna mais poderoso e insensível.

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Fonte da imagem:  Internet – dicasdefrances.blogspot.com

21 respostas em “A CIDADE DE ARIZEN

  1. Que posamos dar o primeiro lugar ao nosso Deus e Ele nos capacitará a ser humildes e sabios diante de um mundo que jas no maligno. O meu desejo e oraçao é que o Espirito Santo me de sabedoria para continuar fazendo sua vontade com humildade. Uma linda liçao. Deus continue abençoando sua vida.

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  2. Precisamos ser diligentes em nossas atitudes “diáriamente”, pois tais sentimentos chegam sorrateiramente e acabam tomando conta dos nossos atos sem que percebamos.
    Deixemos que o Espírito Santo faça parte do nosso dia a dia nesse processo, e que os nossos olhos estejam sempre fitados em Cristo, nosso maior exemplo de líder.

    Abraços,
    Igor

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  3. PREZADO MARIANO
    A SABEDORIA DO TEXTO QUE VC NOS OFERECE É MUITO GRANDE E NÃO É SIMPLES DE SER APRECIADA. UMA GRANDE LIÇÃO FICA MUTO EXPLÍCITA: O SABER SEM A HUMIDADE E A SABEDORIA TORNA-SE TIRANO E, COMO TODOS ELES, ISENSÍVEL E PERVERSO.
    MAIS UMA VEZ, MUITO GRATOELA LIÇÃO
    REINALDO TEIXEIRA

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  4. Querido e grande amigo Mariano, excelente texto; na realidade isto é o que mais ocorre em todos os setores da sociedade como um todo. Quando o filho nasce, acha que seus pais sabem de tudo, são seus heróis e referenciais, com o passar do tempo, já acham que os pais estão velhos e ultrapassados e muitos vezes os tratam como se fossem caducos.
    Infelizmente quando entre o orgulho na vida de qualquer pessoa ela começa a andar de macharé.Obrigada por esta precocidade vou refletir melhor para tirar melhor proveito!
    Um forte e carinhoso abraço
    Jovanira

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  5. Em matéria de liderança, tanto em casa como em qualquer outo lugar , nossos maiores aliados são a humildade e a sabedoria. O orgulho com certeza vai ser nossa pior escolha.

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